Os efeitos colaterais decorrentes do uso do ácido hialurônico podem ser fruto da inexperiência do médico ao aplicá-lo, de técnica incorreta ou da ação da própria substância. São, geralmente, divididos entre precoces e tardios.
EFEITOS COLATERAIS PRECOCES
Vermelhidão e inchaço: ocorrem na maioria dos casos e imediatamente após o procedimento, pela inflamação local e pela capacidade da substância de atração de água. Podem ser amenizados com o uso de compressas de gelo por cerca de cinco a dez minutos e mantendo a cabeça elevada. O usual é que desapareçam em algumas horas ou em até dois dias.
Hematoma e manchas na pele produzidas por extravasamento de sangue: são decorrentes da perfuração de pequenos vasos no local da aplicação do ácido. É preciso fazer compressão local imediata quando isso acontece. Tendem a melhorar entre cinco e dez dias.
Necrose: é um efeito adverso que ocorre muito raramente e causa dor, palidez e deixa a pele com um tom cinza-azulado na região afetada. Foi relatada em casos de aplicação na região nasolabial (“bigode chinês”) e entre as sobrancelhas.
Infecção: também é muito rara de acontecer e é, provavelmente, decorrente da contaminação do produto ou da falta de assepsia e higienização da pele.
Nódulos: manifestam-se, geralmente, a curto e médio prazo. Ocorrem, na maioria das vezes, por má técnica de aplicação ou injeção muito superficial. Podem adquirir coloração azulada. O tratamento é feito com massagem local, mas a maioria dos casos se resolve espontaneamente.
EFEITOS COLATERAIS TARDIOS
Granulomas: são muito pouco relatados. Surgem entre seis e 24 meses depois do procedimento, como nódulos palpáveis e não dolorosos, no trajeto de aplicação do ácido. Pesquisadores acreditam que essa reação aconteça pela presença de impurezas no processo de produção do ácido hialurônico, e não porque a paciente seja hipersensível à substância.
Reações alérgicas: também pouco relatadas, manifestam-se entre três e sete dias depois da aplicação da substância (prazo que pode ser de até seis meses). Há inchaço, vermelhidão e congestão sanguínea no trajeto de aplicação do preenchedor.
Cicatriz hipertrófica: apresenta-se nos locais onde a pele foi picada. Foi identificada em pacientes com histórico de queloide.
Em resumo, os efeitos colaterais do ácido hialurônico estão mais relacionados à falta de técnica de aplicação e à má higienização da pele. A pronta identificação de alguma complicação é fundamental para que o tratamento seja feito, quando necessário, evitando sequelas a longo prazo e aumentando a segurança da paciente. Apenas um médico dermatologista está apto a fazer essa identificação e o tratamento precoce.